segunda-feira, 25 de abril de 2011

O grande final

Billie Joe se despede da Broadway com show do Green Day

Após 445 apresentações, ontem, 24 de abril, aconteceu o último espetáculo do musical "American Idiot" na Broadway. E o encerramento foi apoteótico, com direito à 1 hora de show do Green Day. Ao final de "Good Riddance (Time Of Your Life)", última música da peça, Mike, Tré, Jason White e Jason Freese se juntaram à Billie Joe e tocaram 10 músicas para delírio dos fãs, que lotaram o teatro St. James para assistir ao grand finale. Veja o setlist do show surpresa:
  1. Only Of You
  2. Murder City
  3. Holiday
  4. Burnout
  5. Letterbomb
  6. Welcome To Paradise
  7. Longview
  8. Walking Out on Love (cover do "The Nerves")
  9. Música tema do Homem-Aranha
  10. Jesus of Suburbia
Uma curiosidade: durante o cover da música tema do Homem-Aranha, Billie Joe fingiu estar com medo de que alguma coisa caísse em sua cabeça (o musical do Homem-Aranha está prestes a estrear na Broadway e é considerada a peça teatral mais cara da história. Com composições assinadas pelo U2, o musical ainda não estreou devido a diversos acidentes ocorridos com atores durante os ensaios).

Compareceram nesta noite diversos atores que participaram da peça durante seu ano completo de Broadway, incluindo John Gallager Jr, que interpretou Johnny por mais vezes no musical, e Melissa Etheridge, que fez o papel de St. Jimmy durante uma semana, substituindo Billie Joe.

  
Drunk Bunny ou Saint Jimmy?
Apesar de se despedir da Broadway, não é o fim do musical "American Idiot". Em dezembro deste ano ele terá uma turnê norte-americana, contando também com produções na Europa, Japão e Austrália. Um filme do musical também já está em desenvolvimento pela produtora Playtone, do astro Hollywoodiano Tom Hanks. Para os brasileiros, resta-nos torcer por uma versão tupiniquim do musical, à exemplo do que aconteceu com  "O Despertar da Primavera" (Spring Awakening), que na versão americana teve o mesmo diretor de "American Idiot", Michael Mayer.

Para ler a matéria da Rolling Stone sobre a última noite na Broadway, clique aqui (em inglês).

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Show do Green Day no Rio em 1998


Green Day pela primeira vez no Rio de Janeiro

Achei o backup do meu antigo site e agora o que não vai faltar é material para postagens no blog. Começo falando um pouco sobre o show realizado pelo Green Day no Rio de Janeiro, em 6 de novembro de 1998, na casa de espetáculos Metropolitan (hoje Citibank Hall). Esse era o segundo show da banda em terras brasileiras (o primeiro havia sido em Belo Horizonte, um dia antes), e fazia parte da turnê mundial de promoção do Nimrod, 4º álbum de estúdio, lançado em 97.

Houve uma divulgação discreta da presença da banda em terras canarinhas, que foi realizada principalmente pela MTV Brasil. Na Rede Globo, só vi uma pequena matéria na agenda da semana do Video Show. Só pra contextualizar, em 98 o Green Day não tinha a mesma popularidade de hoje. Basicamente, os interessados no show eram em sua maioria pessoas que viveram o sucesso do Dookie em 94.

Cartaz de publicidade do show

Com 19 anos recém completados e morando no Espírito Santo na época, escolhi assistir esta apresentação, mesmo com vontade de ir em todas as outras (além de BH e Rio, o Green Day também tocou em São Paulo, nos dias 7 e 8 de novambro). O ingresso tinha o valor de R$ 40,00, mas podia ser comprado à R$ 35,00 com antecedência (muito diferente dos preços que pagamos hoje em dia).

Ingresso com taxa de conveniência

Scan do ingresso do show

Para descrever como foi a apresentação, coloco abaixo resenha publicada na revista Showbizz de dezembro de 98:

"A festa começou mais cedo, quando três roadies do Green Day invadiram o palco para um showzinho de abertura. Uma faixa os identificava como Lub' Machine (corruptela de Love Machine, "máquina do amor"). Apesar do nome nada punk, a "abordagem musical" era a mais desleixada e ignorante possível - exatamente o que um roqueiro adolescente quer. Maltratando dois acordes por canção (ou quase isso), os roadies fizeram a molecada enlouquecida pular feito pipoca. Depois de 20 minutos, estava feito o aquecimento.

Billie Joe, Mike Dirnt e Tré Cool entraram e emendaram, de enfiada, as três primeiras músicas do álbum Nimrod: "Nice Guys Finish Last", Hitchin' A Ride" e "The Grouch". Só então, o cumprimento, por educação: "Alright, fucking Rio!" Entre sucessos - ou clássicos, neoclássicos - como "She", "Welcome To Paradise" e o atropelo matador "Basket Case" (todas de Dookie, de 1994), Billie, pândego, brincava de Tom Cavalcante, fazendo imitações. "The beautiful people, the beautiful people", bafejou ao microfone, citando Marilyn Manson. Depois ofereceu provinhas de riffs famosos do rock pesado, todos recebidos com muita vibração: "Iron Man", do Black Sabbath, "Rape Me", do Nirvana, "Eye Of The Tiger"? Sim, aquele exemplo máximo do rock farofa e oligofrênico dos anos 80, tema do filme Rocky 3. "Não vamos tocar p**** nenhuma de metal aqui!", anunciou BJ em seguida.

O baixinho sabe muito bem que está ali pra entreter a platéia. Usa todos os golpes e brincadeiras da história do rock: pede para o povo cantar junto, para levantar os braços, diz que não está ouvindo direito quando respodem, convoca moleques para tocar sua guitarra. Há quem chame isso de populismo e apelação. Mas atitudes como a de brincar com "Eye Of The Tiger" deixam entrever um humor cínico vários pontos acima do QI dos que patrulham o Green Day como "traidor" ou diluidor do ideais punks.

O trio veio para divertir e para esculhambar com tudo - inclusive com um espírito sisudo e pretensioso que, este sim, desvirtuou o que inicialmente era apenas rock debochado. Quem não entende a piada do punk jamais vai adimitir o que acontece no palco a partir de "King For A Day", música que canta os prazeres de... se vestir de mulher - sem culpa e sem conotações homossexuais, só pela farra. Pois bem, nessa hora o trio é reforçado por um trombonista vestido de chili e um trompetista de abelha, dançando ridicularmente e sacudindo as anteninhas tipo Chapolim.

Se Billie Joe não tivesse vestido, uma por cima da outra, nove camisetas suadas que lhe foram atiradas da platéia, talvez tivesse sido ofuscado pelo carismático bichinho. Mas até mesmo um show iconoclasta precisa de um pouquinho de hierarquia. Com um visual meio mendigo, meio múmia, o cantor e guitarrista fez 6 mil pessoas cantarem, pularem e morrerem de rir.

O final pastelão, com o quebra-quebra de instrumentos promovido por Tré e por Mike, não deixou opção para o bis: só sobram Billie e sua guitarra, para tocar "Good Riddance". O que no disco Nimrod é uma balada acústica ganhou um banho de distorção e encerrou uma noite que honra o significado da palavra inglesa show.

No camarim, onde recebeu do presidente da WEA Music, Sérgio Affonso, o disco de ouro pela vendagem do álbum Dookie, Billie Joe estava um caco. Mesmo assim, fez questão de estourar um champanhe - importante: sem molhar ninguém da gravadora - e de agradecer: "Estamos viradaços, não dormimos quase nada. Tocamos ontem em Belo Horizonte - o som estava uma m**** -, viajamos direto e não deu para ver nada do Rio. Mas a platéia foi excelente!" Mais entrega, impossível."
Pedro Só

Billie Joe e sua cabeleira em 98

O setlist completo desse dia pode ser conferido abaixo:
  1. Nice Guys Finish Last
  2. Hitchin' A Ride
  3. The Grouch
  4. Geek Stink Breath
  5. 2000 Light Years Away
  6. Longview
  7. Welcome To Paradise
  8. Trechos de covers: Iron Man (Black Sabbath), Master of Puppets (Metallica), Eye of the Tiger (Survivor) e Rape Me (Nirvana)
  9. Brain Stew
  10. Jaded
  11. Knowledge
  12. Basket Case
  13. She
  14. Prosthetic Head
  15. Redundant
  16. Scattered
  17. Platypus (I Hate You)
  18. King For A Day
  19. When I Come Around
  20. Good Riddance (Time Of Your Life)


Quebradeira dos instrumentos pra finalizar com chave de ouro
A entrega de cada um no palco, suas formas de entreter o público e as músicas carregadas de energia do punk rock agradaram a todos os 6 mil presentes naquele dia. Mesmo cansados, os caras não pararam de agitar nem por 1 minuto. A diversão foi garantida!

Se você também estava presente neste dia, deixe seu comentário.

Veja mais fotos e imagens da apresentação:


Agitando o Metropolitan

BJ mascarado levantando a galera

Show com a energia de sempre

Adesivo de identificação de fotógrafos

Adesivo de permissão para o backstage

Palheta do Mike que peguei como prêmio desse dia inesquecível



sábado, 16 de abril de 2011

Tenha o som do Green Day na sua bateria eletrônica


Módulo TD-9 da Roland com os sons do kit "Tré Cool"

No final do ano passado comecei a fazer aulas de bateria e adquiri uma bateria eletrônica da Roland (site oficial), considerada por muitos a melhor fabricante deste tipo de equipamento no mundo. O modelo escolhido foi a TD-9K. É uma ótima bateria, e veio com diversos sons pré-configurados para os kits (conjunto de peças de uma bateria). Mas eu ainda não estava satisfeito com o kit com configurações de fábrica que eu mais gostava de tocar.

Bateria eletrônica TD-9K

Pesquisando na internet, descobri que uma empresa faz um tipo de ajuste muito interessante para as baterias da Roland: eles configuram as eletrônicas para ficarem com os sons parecidos com baterias acústicas dos melhores fabricantes ou com os instrumentos de bateristas consagrados. Esta empresa se chama V Expressions LTD (clique aqui para o site) e essas configurações são conhecidas  como "Vex Packs" (Pacotes com diversas configurações). Pegamos como exemplo o "Master 50 Expansion Pack". Neste pacote estão incluídos 50 kits dos mais variados bateristas, como Ringo Starr (Beatles), Lars Ulrich (Metallica), Steve Adler (Guns n' Roses), Joey Jordinson (Slipknot), dentre vários outros. E é claro, o kit do Tré Cool também está disponível! Ou seja, quem é proprietário de uma bateria eletrônica da Roland pode ter um kit virtual do Tré e tocar com o som bem próximo do que ouvimos nos álbuns do Green Day. Para isso, é necessário comprar este pacote, que encontra-se por $45 no site.

Só existia um problema: não havia disponível o pacote com o som do Tré para o modelo TD-9. Após entrar em contato com a empresa, solicitei a confecção de um pacote customizado. Neste pacote, pedi a criação do kit do Tré (me custou $25) e inclui outros kits interessantes disponíveis pro modelo da minha bateria, por $1 cada. Neste processo de confecção, tive que enviar uma música do Green Day em mp3 para o cara "tirar o som" e configurar a bateria. Escolhi "Basket Case" e estou satisfeito com o resultado final: o som dos pads e pratos é muito parecido com o que se ouve nas músicas do Dookie.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Joey Ramone e Green Day

Billie Joe encontra seu ídolo Joey Ramone no MTV Video Music Awards de 1994

Há exatos 10 anos o mundo perdia Joey Ramone, o grande líder e cantor dos Ramones, banda de punk rock que influenciou todas as outras que vieram depois, inclusive o Green Day.

Existem várias referências da adoração do Green Day aos Ramones, que refletem a força desta influência:

  • O primeiro filho do Billie Joe chama-se Joey. 
  • Já o Tré teve uma menina, e a batizou de Ramona.
  • "Outsider", música dos Ramones, foi regravada pelo Green Day e aparece na compilação de b-sides "Shenanigans".
  • "Do you Remember Rock and Roll Rádio?" é a música tocada nos alto falantes no início de cada show do Green Day e "Blitzkrieg Bop", hino dos Ramones, de vez em quando é executada ao vivo.
  • O Green Day homenageou os Ramones tocando duas músicas na festa de introdução das lendas do punk rock ao "Rock n' Roll Hall Of Fame" em 2003. Assista aos ótimos covers no vídeo abaixo. 



Leia a matéria do jornal O Globo e saiba um pouco mais sobre o que representou Joey Ramone e sua banda para o rock n' roll.

Para finalizar, o que Billie Joe falou sobre a morte dele:

"O rock nunca mais será o mesmo sem o Joey. Nunca ninguém conseguirá definir como ele era incrível em cima do palco, ele era a própria essência do rock e tudo isto quase sem se mover. Bastava Joey estar lá."

Tré Cool na lista dos melhores bateristas de rock


Rolou mais um votação na internet e, dessa vez, foi para eleger o melhor baterista de rock. Claro que o Tré não poderia estar fora da lista dos melhores. Ele recebeu 4% dos votos e ficou em 10º lugar, entre bateristas consagradas como Lars Ulrich do Metallica, Neil Peart do Rush e Jason Bonham do Led Zeppelin. O resultado final pode ser conferido aqui.

Como um baterista iniciante, ouso dizer que as melhores virtudes do Tré são sua agilidade, técnica e, principalmente, sua atitude. Tirando o fato dele também cantar e, às vezes, tocar guitarra nos shows. Nas apresentações do Green Day no Brasil ele atuou como frontman nas músicas "Dominated Love Slave" e também no cover de "Blitzkrieg Bop" dos Ramones.

Quem toca bateria sabe: não é fácil tocar Green Day! Se você quiser ter uma experiência, nem que seja mínima, do que seja isso, tente tocar as músicas mais rápidas do Dookie no modo expert do Green Day: Rock Band. Você vai saber do que estou falando.

O início


Hoje estreia o blog Green Day Brasil. Como seu nome já diz, ele é sobre a banda de punk rock americana chamada Green Day, da qual sou fã há mais de 16 anos. E também é uma homenagem à um antigo site que mantive de 1996 até 2001, que foi uma das mais conhecidas fontes de informação sobre o Green Day no Brasil na época.

Neste espaço, quero escrever sobre tudo relacionado à banda, trazendo na bagagem vários fatos, curiosidades e informações de quem está há bastante tempo acompanhando a carreira dos caras. Está na minha pauta escrever sobre meu momento histórico, tocando e cantando no palco da HSBC Arena com eles, sobre o musical "American Idiot", que assisti em NY no ano passado, e sobre várias outros assuntos interessantes.

Aos poucos vou melhorando o visual e as funcionalidades do blog.

Espero que gostem!